Ensinar é aprender. Aprender que cada aluno tem seu ritmo, sua forma de interpretar nossas aulas, nossos ensinamentos e orientações. Aprender que tem aluno que se contenta com o que ensinamos e tem aqueles que vão além. Que em uma sala tem os que realmente estão ali porque se identificam com a disciplina, a área e a profissão e tem gente meio perdida, que não sabe bem o porquê de estar ali e não se sente motivado a fazer seu melhor com o conteúdo novo que apresentamos. E na hora de avaliar, é preciso pesar até que ponto aquele estudante que não atingiu um desempenho satisfatório não se esforçou, ou não o atingiu porque não conseguiu acompanhar as propostas. Até porque, como trabalho com luz, e suas variações no ambiente, com recortes da realidade, com novas perspectivas de ver o mundo, e nosso instrumental, a câmera, exige pensar e calcular equivalências luminosas, é preciso trazer algum conhecimento prévio, alguma sensibilidade e intuição, na hora de fotografar, e tem muito aluno apertando botão por obrigação.
Ensinar é também oportunidade de renovar o que sabemos, aprender um pouco mais, atualizar os conteúdos e conhecimentos. Sempre descubro textos novos, autores novos. Ou volto aos meus mestres da fotografia, cheia de vontade de nova luz sobre velhos textos e, a cada retorno, as entrelinhas se tornam textos. Percebo que eles ainda me ensinam tanto (Barthes, Flusser, Sontag, Machado, Kossoy...).
Ensinar é ainda, enxergar o que sabemos com os olhos novos, de quem está aprendendo agora aquilo que já achamos que sabemos e com tais olhos novos, redescobrir algo que se perdeu aos nossos olhos.
Por isso agradeço essa oportunidade que a vida me deu, de ser professora, e mais, de ser eterna estudante.
Adoro a experiência da rede de blogs, porque aprendo muito com ela. Aprendo com o processo de aprendizagem deles, meus alunos, que me ajudam a compreender essa caminhada chamada busca do conhecimento. E é por isso que sempre peço que também avaliem este processo. Vamos à rede!
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